quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O papel dos ''papéis''...

Assim como no mundo dos espetáculos, o ''papel'' que desempenhamos no palco da vida é atribuído a nós pelos outros- mas também por nós mesmos/as...
Porém, embora por vezes tenhamos a visão de um ''EU'' fixo, ao longo de uma mesma existência intercambiamos diversos ''papéis'' sem nem mesmo perceber: ''filho pequeno'', ''adolescente inseguro e cheio de espinhas'', ''estudante universitário'', ''profissional''( médico/a, advogado/a, juiz/a, estagiário/a, professor/a, etc.), marido/esposa...a lista é interminável...para terminar com o papel de idoso/a...
Tudo isto já não seria pouca coisa...
Viram quantas mudanças ao longo de uma existência?
Acrescente a isto a auto-imagem que carregamos ao longo desta mesma vida: ''vitorioso/a'', ''sofrido/a'', ''perdedor/a'', ''batalhador/a''...
Se nos derem ''corda'', saímos por aí contando a história dos nossos sucessos ou insucessos/sofrimento...
Tudo isto nos parece extremamente ''real''...
Cada indivíduo neste planeta tem a percepção de que a vida que leva é a única ''real''...
Só quem tem o ''privilégio'' de fugir disto são os atores...
A estes é natural a ideia de ''trocar de papéis''...
De interpretar um ''milionário'' em um filme, e um ''mendigo'' na película seguinte...
Pois é justamente desta possibilidade de ''troca de papéis'' que se trata este post...
De sua descartabilidade. De sua finitude.
Outro dia me dei conta disto: do fato de que podemos trocar/alternar estes ''papéis'' todos como quem troca de vestimenta...
''Serve?''. ''Não serve?''- sendo os únicos critérios necessários...
O ''papel'' não sendo visto mais como uma ''imposição'' externa, e sim como uma ESCOLHA nossa...
Pois, no fundo, o ''papel'', enxergado do ponto de vista interno, nada mais é do que a verdadeira ''definição'' que carregamos a respeito de nós mesmos/as...
Melhor que esta ''definição'' seja ''auto-construída'' do que moldada por outros, não?
Melhor que esta ''identificação'' seja não com o transitório/descartável- aquilo que possamos estar fazendo no momento- do que com o permanente: o desejo latente que bate dentro de nós, de fazermos aquilo que mais desejamos nesta existência...
Por isto, embora responda aos que indagam o que ''sou'' com uma descrição rápida do que ''faço'', abrigo dentro de mim mesmo uma ''auto-definição'' mais profunda: sou ''escritor'' aos olhos de mim mesmo...
Veja: não precisamos lançar um disco que venda milhões de cópias para nos qualificarmos como ''músicos''. Não precisamos lançar um ''best seller'' para nos definirmos como ''escritores''. Não precisamos ganhar um Oscar para nos afirmarmos como atores...
No que diz respeito ao nosso verdadeiro e PERMANENTE papel, aquele que fala direto ao nosso coração, a gente não ''faz''. A gente É primeiro, e depois faz...
Por isto esta ''auto-definição'', este ''papel auto-atribuído'', é tão transformadora...
Pois simplesmente não podemos deixar de ser aquilo que somos, não é mesmo?
Aquilo que somos no fundo, e não um mero e superficial ''papel''...
Pois sermos plenamente o que somos ''de fato'', indiscutivelmente, é o ÚNICO e VERDADEIRO propósito da nossa alma nesta existência, não é mesmo?
Troquemos de ''papéis'' para descobrirmos quem verdadeiramente e plenamente somos...
Pois, embora os ''papéis'' se alternem continuamente, o que verdadeiramente somos clama continuamente por sua manifestação no mundo externo...
Alcnol.

Você não precisa ''pedir'' nada ao Universo...Tudo já foi ''dado'' com antecedência, e muito mais do que poderíamos esperar...

Imagine que você decide assistir um espetáculo. Com um mágico tido como o melhor de todos. E, na hora e mque as cortinas se abrem, ele fica simplesmente parado por mais de uma hora, parecendo estar à ''espera'' de uma ajuda exterior qualquer...
Dá vontade de ir embora, não é mesmo?
Ficamos com a impressão de que ele não é competente no que faz...Queremos, de imediato, exigir nosso dinheiro de volta...
Agora, imagine que este mágico descrito no exemplo anterior é você mesmo/a...
Você está no palco, com a varinha na mão, mas ''treme'' na hora H, e decide juntar as mãos implorando por alguma ajuda de ''cima''...
''Natural'', você poderia replicar. Afinal, fomos doutrinados desde cedo a respeito das nossas falhas...
Enquanto o Criador é descrito como alguém ''onipotente'', ''onipresente'', ''imortal'', ''Pura Sabedoria'', suas criaturas( nós...)seríamos ''falhos'' por natureza, capazes de ''perecer''/''morrer'', ''pecadores'', ''limitados'', ''finitos'', eternamente ''necessitados'' de alguma ''ajuda externa''...
Eu pergunto: o Universo nos colocou aqui para que ''reconheçamos'' o seu Poder? Para que tenhamos de ''implorar'' pelas coisas que mais queremos?
O ''Pai Rico''/a ''Mãe Rica'' nos colocou aqui para que mendiguemos, supliquemos por seus ''favores''?
Isto simplesmente não faz sentido...
A ''mágica'' simplesmente já foi feita. A capacidade já foi dada. Os atributos são nossos desde nascença. São inatos.
Só não temos Consciência disto...
Os poucos que tiveram, neste mundo, foram considerados ''gênios'' pelos demais...
Aqui vai outra consideração: haveria algum sentido em imaginar uma Força, um Poder Supremo, uma Entidade que ''favorecesse'' alguns em detrimento de outros?
Seria esta uma questão de ''sorte'', ''acaso'', palavras estas que consistem em uma pura NEGAÇÃO desta mesma ideia de ''criação''?
Desculpem, mas não creio nestes conceitos. Nada é ''casual'', e acreditar na ''sorte'' só vale, a meu ver, se for em uma ''sorte'' que nos favoreça...
Acredito que o que vale para as Leis dos Homens- sua impessoalidade, sua aplicação a qualquer um que as infrinja- também vale para o plano da Espiritualidade...
Ou seja, os atributos do Criador também são atributos dos ''Filhos'', feitos, segundo as Escrituras Cristãs, ''da mesma natureza''...
Isto porque as Leis Cósmicas caracterizam-se por sua Universalidade( nada ''escapa'' delas)e por sua Impessoalidade( qualquer um que as conheça pode aplicá-las, sem ''favores'' de qualquer espécie...).
Sei que isto se choca com vários conceitos ''clássicos''. Que a Humanidade ''criou'' uma Divindade com atributos semelhantes aos seus: a ''ira'', o ''castigo'' aos seus ''inimigos'', o ''favor'' a quem suplica...
Só que não que temos de ''pedir'' ou ''suplicar'' por nada...
O ''Poder'' está dentro de nós. A capacidade de ''mover montanhas'' esta´dentro de nós....Somos ''mágicos'' por natureza, e a História da Humanidade é a História de uma eterna ''rebelião'' contra as condições existentes- por uma ''recriação'' destas condições em nossos próprios termos...
Por isto vivemos em um mundo repleto de coisas CRIADAS por seres humanos: Ipads, Iphones, automóveis, edifícios, aviões e, graças à recente invenção das ''Impressoras 3-D'', muito mais coisas poderão ser criadas- e ainda mais facilmente...
''Mágica'' !, exclamariam os homens das cavernas que já fomos...
O Inventor, o Criador terreno, realiza plenamente o propósito pelo qual fomos colocados neste ''planetinha azul'': o Criador não é ''inferior'' ao Criador maior, e sim uma espécie de ''Co-Criador''.
Parceria ou, para utilizarmos os termos do espiritualista norte-americano Ernest Holmes( um de nossos ''gurus''), ''Unidade''...
Quem cria, concluiríamos, não ''pede''...
Ele/a, o Inventor/ Criador terreno, o Artista que reside em cada um de nós, ''ora'' por meio de suas obras...
Diga: algo mais seria necessário?
Alcnol. 

O ''Ponto de Mudança'', ou porque estar ''satisfeito/a'' também pode levá-lo às MUDANÇAS que você tanto deseja...

Todos conhecemos o modelo ''clássico'' de mudanças: você reclama, vai ''enchendo a sua taça de indignação'' até chegar ao ponto da ruptura total...
Funciona?
 Sim, mas tem um ''custo emocional'' enorme...
Será que temos de ''esperar'' tanto pelo que queremos? Ou, pelo menos, para podermos deixar aquilo que detestamos, ou de que não gostamos tanto?
A ''satisfação'', paradoxalmente, também conduz às mudanças que tanto queremos...
Claro que não pode ser uma ''satisfação plena/total'', ou não desejaríamos ''cambiar''( mudar, em espanhol)nada...
Falo de um ''ponto de mudança''/de transformação baseado na ''curiosidade''...
Como assim?
Vejam os relacionamentos humanos. Muitas vezes as pessoas se juntam a alguém que sabem não ser o ''ideal'', para não ficarem sozinhas...
Há uma sabedoria nisto. A busca incessante pelo ''ideal'' pode levar-nos ao sofrimento e total isolamento...
A sabedoria popular usa o termo ''jogo de cintura''. Flexibilizar. Entre no ''jogo''...Isto não quer dizer, enfatizo, que você ''parou de buscar'' o melhor...
É possível, em plena caminhada, fazer ajustes, adaptações...
Podemos trocar de parceria a qualquer momento, se nos apaixonarmos por outra pessoa...Isto faz  parte plenamente deste ''jogo''...
E nem laços criados pelo Homem, como o Casamento, são capazes de impedir isto...
O sentimento prevalece, sempre... Concordam?
O mesmo se dá em relação ao nosso ''Ponto de Mudança''.
Falo em uma mudança mais simples e mais profunda.
Uma mudança que não se baseie no sofrimento, no extremo descontentamento...
Você está em um emprego. Sabe que o seu emprego não é o ''ideal''. Você esta´ali para não morrer de fome...O lugar é animado, as pessoas alegres, as condições não são de se jogar fora...
Mas você quer AINDA MAIS...
Não está errado...
Pergunte-se: como posso MELHORAR ainda  mais minhas condições de trabalho? Onde estará o trabalho ''dos meus sonhos''?
Como posso ser remunerado para fazer aquilo que mais gosto? E onde eu quiser?
Perceba: você não está ''negando'' nada, ''lutando'' contra nada...
Só está ''ampliando suas possibilidades'', trabalhando com um ''campo de possibilidades'' mais amplo...
O mesmo vale para os seus relacionamentos, para a cidade onde você vive, para o local onde você vive...
Ao invés de gastar toda a sua energia contra o ponto no qual se encontra neste momento, você está FOCANDO em um ponto adiante, em um ''ponto futuro''( expressão conhecida no futebol)...
Concluindo, poderíamos mesmo utilizar o termo ''Ponto de Mudança'' avançado no tempo, ''postergado''...
Você está pensando ''estrategicamente'' desta forma, a longo prazo- e não curto, como de costume...
A Vida adora ''premiar'' pessoas de visão, que estendem seu olhar além das ''mazelas'' do cotidiano...
Alcnol.