segunda-feira, 28 de março de 2011

Cópia Fiel- o filme...

Esqueçam as ''fórmulas'' batidas de vários cineastas da atualidade.
Esqueçam a maneira unilinear de compreender uma estória.
Pois ''Cópia Fiel'', em cartaz na cidade de São Paulo, não é um filme comum. Melhor dizer que são ''vários filmes compreendidos em um só''...
Uma obra rica e multifacetada permite diversas leituras, e esta é- modestamente- uma delas...
Comecemos com a maçante palestra que é dada por um crítico de arte em uma pequena cidade italiana. Um dos momentos mais chatos do filme mas que, ao mesmo tempo, é crucial para entendermos um de seus personagens( o crítico/ escritor).
Passemos para o momento em que ele conhece uma de suas admiradoras- a proprietária de uma loja de antiguidades- e ela se propõe a guiá-lo, conduzi-lo pela pequena localidade até a hora de seu embarque.
Os dois conversam durante o passeio, mas o diálogo não flui. Tensa, preocupada com o pequeno filho que tem para criar, ela mal ouve o que o ''brilhante'' escritor tenta transmitir sobre o ''sentido da existência''. Temos, aqui, o que poderíamos chamar de ''auge do discursismo''. Impera o lado controlado, racional, do personagem masculino.
Até aqui alguém poderiam comparar esta obra com outras, como o famoso ''Antes do Amanhecer''. Mas esta não é uma obra sobre diálogos, e sim sobre incomunicabilidade...
Tudo muda quando, em um pequeno café, a proprietária da loja de antiguidades decide apresentar o crítico como seu ''marido''. A partir dali, é esta fantasia que assume o primeiro plano. A ''masculinidade'' deixa o palco, para assumir um papel distante e desconfiado. Estamos no domínio das carências, da emoção, do não-dito, da sedução. Enfim, da feminilidade...
Não pretendemos contar este filme em detalhes. Até porque, mais do que entendido, ele precisa- em primeiro lugar- ser visto.
Mas a sensação final é de catarse. Incômodo. A película mostra uma pequena ''batalha entre sexos''. Personagens que, ao final, acreditam na própria fantasia que criaram para preencher suas carências.
Podemos perceber ali, resumidamente, o fracasso do lado racional, frio, masculino. E toda a instabilidade que a sua antítese- o lado apaixonado, sedutor, emocional- pode trazer à tona.
A personagem interpretada pela atriz Juliette Binoche é, no fundo, uma ''louca''. ''Louca de amor''. Seus olhos, todo o seu corpo transmite esta ''loucura'' incontrolável, tudo o que normalmente não pode ser dito até mesmo por faltarem palavras para expressá-lo.
O diretor Abbas Kiarostami fez, neste ''Cópia Fiel'', brotar nas telas não apenas mais um filme comum, daqueles que esquecemos logo após o final da projeção. E sim um exercício profundo- e por que não dizer também, incômodo?- do mais puro cinema. Que ainda nos ''arrepia'' e assombra horas, dias após ser exibido...
Alcnol.

''Flash'' do centro de Bogotá, na manhã de nosso penúltimo dia de viagem...


Novas rotas para o sistema de transportes Transmilenio estão brotando em todas as partes, pela capital da Colômbia...Esta é mais uma...


No penúltimo dia, passeio pelo centro de Bogotá: Avenida Jiménez...

Depois de embarcar na Avenida Caracas, meu primeiro destino foi a parada no cruzamento com outra grande Avenida da capital colombiana: Avenida Gimenez. Em outra direção, mas também adaptada para o sistema de transportes Transmilenio.
Ao contrário do que sempre faço, acabei não conferindo o que eram estas construções de vidro com uma escada- que ilustram este post desde o começo. Me lembraram algo semelhante no centro da cidade do Rio de Janeiro- isto sim eu conferi- que, ao final, se revelaram apenas passagens para estacionamentos subterrâneos...
Haveriam galerias comerciais subterrâneas no centro de Bogotá?
Seriam estas construções apenas passagens subterrâneas para os pontos de ônibus instalados no centro daquela Avenida?
Só saberei quando voltar novamente àquela bela cidade...
Alcnol.
PS: Acho que, no fundo, após tantas caminhadas e passeios pela capital colombiana, eu estava simplesmente com ''preguiça'' de descer e subir novamente um simples lance de degraus...

Segunda de manhã, e o Transmilenio mostrado em ação...

Com as canaletas vazias, fica difícil mostrar como funciona o sistema de transportes colombiano Transmilenio.
Vejam agora na segunda de manhã, antes de embarcar para o centro da cidade de Bogotá, um exemplo concreto de seu funcionamento: duas pistas exclusivas para ônibus em um mesmo sentido( há duas outras na outra direção, do outro lado), permitindo que um veículo ultrapasse outro que esteja, por exemplo, parado...É igual ao sistema de Curitiba, porém muito maior( estações maiores, o dobro de pistas)...
Ao fundo, o que ''sobra'' da Avenida: duas faixas para os demais veículos( táxis, automóveis comuns, etc.). Um absurdo? Ou a concretização da famosa frase, tão dita por nossas autoridades, segundo a qual ''o transporte público é prioridade absoluta'' ?
Ao menos na capital colombiana  isto é verdade...
Alcnol.