sábado, 4 de julho de 2009

Restaurante Natural ''Goa'', em Pinheiros...

Já conheço diversos restaurantes vegetarianos na cidade de São Paulo. Muitos sequer motivaram posts no blog, por fazerem apenas o básico- bufês com salada, pratos quentes, pouca originalidade e, infelizmente, pouco sabor- e não serem dignos de nota. Porém, nos últimos meses, encontrei boas opções- em especial naqueles derivados da culinária indiana( Anna Prem, os dois da Rua Antônio Carlos, o da Fradique Coutinho). O restaurante ''Bio'', na Rua Maranhão( Higienópolis), também é um caso à parte: instalado em um belo casarão de dois andares, tem entreposto completo de produtos naturais e até mesmo um ''chef''- que costuma preparar criativas receitas...Faltava conhecer este que foi apontado em alguns sites especializados em culinária como o ''mais belo restaurante vegetariano da cidade de São Paulo''( opinião com a qual concordo, mas deixarei a vocês a decisão final...). Além da beleza do ambiente( vide fotos do jardim externo, ao lado dos sanitários e das redes para descanso), outro ponto a destacar é o módico preço das refeições: R$20,00( vinte reais)por entrada( pedi sopa de cenoura com pedacinhos de pão integral), suco( abacaxi com melancia), prato principal( penne integral com pupunha e quinua)e sobremesa( pudim de cardamomo). Antes que alguém diga que vinte reais não é nenhuma ''pechincha'', ressalto logo que estou comparando com outras casas do mesmo tipo, especializadas em culinária vegetariana( a mais barata, o ''Lá na Quitanda'', cobrando treze reais e cinquenta centavos, e a média dos estabelecimentos na faixa entre dezesseis e vinte e três reais...). Bom, se o ambiente era belíssimo, e a comida- de boa qualidade- estava sendo oferecida a um preço acessível, o que é que falta? Não falta nada. Só pegar o cartão com o endereço da casa, à qual pretendo retornar o mais brevemente possível, e continuar o nosso pequeno passeio pelo bairro de Pinheiros. Uma curiosidade: a Rua Cônego Eugênio Leite é vizinha da Francisco Leitão, onde almocei outro dia no bistrô ''Casinha de Monet''...Mais uma vez Pinheiros nos oferece uma agradável surpresa e, pelo visto, outras futuras e, quiçá, próximas, também não faltarão...Destaque também para o pequeno café e padaria francesa situada ao lado do ''Goa''( ex- ''Gaia''), que parece bem interessante...Alcnol.

Próximo destino>: Rua Cônego Eugênio Leite, Pinheiros

Posso até, involuntariamente, ter me transformado em uma espécie de ''crítico culinário''. Com uma pequena, mas substancial, diferença: meus programas nos restaurantes paulistanos vão além do tradicional trio entrada, prato principal e sobremesa...Para descobrir coisas novas na cidade de São Paulo a receita é, antes de mais nada, bater muita perna. Andar sem destino, conhecer lugares novos. É assim, somado a um pouco de pesquisa pela Internet e leitura de revistas especializadas, que a gente vai construindo este pequeno blog. Não basta, repito, o tradicional programa ''entrou, comeu, saiu'' que caracteriza a atividade de um crítico normalmente( ressalte-se, em defesa deles, que críticos normalmente cobrem centenas/milhares de estabelecimentos, geralmente com a ajuda de uma pequena equipe...). Há, nestas nossas pequenas descobertas, todo um lento ritual que envolve a escolha de um lugar, o ''roteiro''( lugares por onde passamos até chegar ao restaurante/ café/doceria, etc.)e o ''grand finale''( quando vamos embora por um caminho novo, por onde acabamos descobrindo outras coisas...). Você talvez prefira me rotular como ''crítico'', mas, em cada visita a um lugar novo que fazemos, na verdade estamos desvendando todo um mundo, um modo de ser/viver que caracteriza a região em torno daquela empresa...Viajar e comer, ao menos na capital paulista, são coisas que estão umbilicalmente conectadas...Bom, hoje o ''alvo'' escolhido é o restaurante natural ''Goa''- em Pinheiros. As imagens deste post mostram o caminho que percorremos para chegar lá. Saímos de ônibus da esquina da Consolação com a Paulista, descemos a Rebouças até a esquina com a Avenida Brasil/Henrique Schaumann, percorremos um trecho da Rua dos Pinheiros até a Cônego Eugênio Leite, e são desta as imagens retratadas neste post- que também poderia se chamar ''A Caminho de Goa''...Alcnol. PS: Bacana esta ''caranga'', não? Perfeitamente integrada ao ambiente visitado, o bairro de Pinheiros, sobre o qual falaremos com mais detalhes nos próximos posts( após o almoço no ''Goa'').

A ''verde'' Estação Marechal Hermes do Metrô...

A Estação Marechal Deodoro do metrô paulistano está situada em uma das regiões mais feias de toda a cidade, ao lado de um gigantesco viaduto destes que cobrem boa parte do centro de São Paulo. Talvez exatamente por isto, por dentro ela exala ordem e beleza nos seus jardins e painéis. Exemplo da chamada ''Lei da Compensação''...PS: Nos próximos posts, almoço em Pinheiros- na Rua Cônego Eugênio Leite.

Ao lado do elevado uma praça: vida e morte lado a lado, numa pequena síntese da capital paulista...

Fuligem e barulhos intensos dos milhares de ônibus e automóveis que circulam diariamente sobre e sob o elevado. Mas, bem ao lado dele, a pequena pracinha ''Dom Ernesto'' nos dá sinais de que ainda há vida. E ,enquanto houver vida, e pequenos oásis verdes como este, haverá esperança...PS: A avenida mostrada neste post é a Pacaembu, perto da Estação Barra Funda do Metrô.

Mais Rua Tupi...

Quem diria que a tranquila Rua Tupi, este pequeno tesouro da cidade de São Paulo, iria terminar em mais um destes abundantes e horrendos elevados, tão abundantes nesta megalópole? Volta brutal e drástica para a ''realidade'', após alguns agradáveis momentos passados no ''Túnel do Tempo'' da Tupi...

Dois pesos e duas medidas...

A decisão do Supremo Tribunal Federal abolindo a exigência do diploma para o exercício do jornalismo foi- salvo, claro, pelos formandos do curso- aplaudida e comemorada por muitos. Inclusive de outras carreiras...Não vou aqui defender o diploma, muito pelo contrário( apesar de possuir um...). O que choca na atitude aparentemente ''desregularizadora'' do STF é o contraste com a mesma postura deste Tribunal no tocante às carreiras jurídicas...Até segunda ordem, o Supremo não pretende assumir postura semelhante em relação, por exemplo, ao Exame da OAB. Pode-se perguntar o motivo, uma vez que- assim como o Tribunal considerou a carreira jornalística semelhante à de ''chefs'' de cozinha, onde valeria muito mais a prática e o conhecimento do que a realização de cursos- é sabido que bons advogados não são formados, necessariamente, nos inúmeros cursos de Direito existentes país afora...Ao invés de regra seriam, mui provavelmente, a exceção entre os milhares de novos formandos a cada ano... Aliás, o que caracterizaria um bom advogado? Saber tratar com o público, ter habilidade para defender teses e expor suas posições- verbal ou por escrito- perante juízes e Tribunais, eis alguns dos requisitos. Tais capacidades, destaquemos, não são exclusivas dos profissionais de Direito...Assim como está longe de acabar com o Exame da OAB- obrigatório para o exercício da Advocacia- o STF ainda tem se caracterizado por outras posturas interventivas, regulamentativas. Foi assim quando, por interesses casuísticos, foi apresentado um adendo à Emenda Constitucional número 45, acrescentando ao artigo 93 da Constituição do Brasil a exigência, para os candidatos aos concursos da Magistratura e do Ministério Público, de ''no mínimo 3 anos de atividade jurídica''( além de bacharelado em Direito). O STF considerou tal exigência ''constitucional''...Vê-se, portanto, que a Suprema Corte adota duas medidas radicalmente opostas e, pior, sem que haja justificativa para uma postura que, no fundo, fere o Princípio Constitucional da Isonomia...A minhas desconfianças iniciais em relação ao posicionamento do Supremo soma-se interessante artigo publicado no Estadão de quinta( 2 de julho), sob o título ''Juízes- por que só advogados?''. O autor é Roberto Macedo, economista. Ele propõe que, assim como é feito nos concursos para Fiscais Tributários, os exames para Juízes sejam abertos para todos os portadores de diplomas de curso superior. Pesquisando na Internet sobre o tema ''non lawyer judges'', Macedo achou 2,2 milhões de referências. Embora polêmico inclusive nos EUA, de onde vem a maior parte da discussão, o tema tem seus defensores. É assim que o articulista informa ter encontrado ''resenha do livro ''Julgando Credenciais- Juízes não Advogados e a Política do Profissionalismo'', de Doris M.Provine, editado pela Universidade de Chicago em 1986(...)Ela realizou pesquisa sobre juízes, inclusive observando cortes e entrevistando advogados e não advogados. Concluiu que são ''igualmente competentes em desempenhar seu papel em cortes de jurisdição limitada''( nosso grifo). Vale destacar este último termo, que em essência indica juízes abaixo da esfera estadual a lidar com causas de temática restrita, inclusive no seu valor, se econômicas. É por aí que os não advogados poderiam começar no Brasil''. Friso também que, graças ao chamado ''quinto constitucional'', vários juízes oriundos da Advocacia e do Ministério Público- e que não tiveram de passar pelas exaustivas provas para a Magistratura- integram vários Tribunais Estaduais e Superiores( à exceção do próprio STF e do TSE). Para ser mais preciso, integram 1/5( 20%)do efetivo destas Cortes. Formados em Direito, são juízes/Desembargadores sem concurso...Eis a sagaz conclusão de Roberto Macedo: ''O que temos é um Judiciário caro, lento e, assim, ineficaz, pois a justiça que tarda falha e é um dos ingredientes da insegurança jurídica de que padece o país. Sem um Judiciário mais aberto à competência e às vocações que não se provam apenas com diploma de advogado, e sem muitas cortes de jurisdição limitada, mais ágeis e baratas, até mesmo na remuneração oferecida aos magistrados, não vejo como solucionar esta ineficácia''. Vejamos agora como o STF se posicionará doravante em casos análogos. Se manterá ou não esta celebrada postura ''desregulamentatória'' adotada, até aqui, apenas em relação aos jornalistas, e solenemente ignorada dentro do plano da própria carreira jurídica...Alcnol.