quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Quem escolhe as fotos? O papel da subjetividade nos posts com fotografias...

Escrever ou fotografar? Já me manifestei aqui, algum tempo atrás, em sentido inteiramente contrário ao daqueles blogs que mais parecem álbuns de fotografias. Continuo pensando do mesmo modo. No entanto, em meu próprio blog, empolgado que fiquei com a possibilidade de registrar fotograficamente as minhas múltiplas andanças, acabei ''recheando'' o mesmo com inúmeras imagens- o que valeu o ''fogo amigo'': vai escrever ou fotografar? No fundo o dilema( falso, diga-se de passagem)estaria entre a ''subjetividade'' da escrita e a suposta ''objetividade'' das imagens( conceito simplista que só aqueles que desconhecem o papel das imagens podem compartilhar...). ''Objetividade'', de fato, existiria apenas se fosse possível registrar ''tudo''( todos os lugares, todos os fatos, tudo o que acontece a todos no mundo inteiro, uma verdadeira ''missão impossível''...). Assim como a escrita parte da escolha de um tema, também a fotografia só registra o que nós determinarmos previamente. Ao invés da suposta imagem de ''objetividade'' de que desfrutam, fotografias são extremamente subjetivas. Só retratam o que é importante para seus ''donos''...Fotografar não é, ao contrário do que supõem os radicais defensores da ''pureza'' da escrita, a mesma coisa, feita do mesmo modo por todos os seus crescentes adeptos. Um programa sobre Buenos Aires, da série ''Getaway'' do canal Discovery Travel&Living, dedicou-se a mostrar passeios pela Casa Rosada, por shows de tango, culminando por um dia inteiro em uma estância rural nos arredores da capital argentina( com direito a muito churrasco...). Já estive em Buenos Aires, e não fiz nada disto...Turistas engalfinham-se por espaços em lugares tipicamente ''turísticos'', como a Torre Eiffel, à busca de fotos que eternizem estes momentos. Multidões frenéticas de turistas são vistas em catedrais, feiras de venda de ''lembrancinhas'', e lugares semelhantes. Tem gente que gosta disto? Sim, muita gente. Mas eles não representam todas as pessoas...Há pessoas que visitam São Paulo, ou mesmo residem em São Paulo, que jamais estiveram em alguns dos lugares mostrados aqui neste blog...Como falar em ''objetividade'' se há uma escolha implícita aqui em mostrar aspectos inusitados da cidade, escolha esta que é fruto da iniciativa de quem decidiu mostrar estes aspectos neste blog? Embora nunca tenha declarado isto, admiro bastante a figura do ''flaneur'', este personagem surgido no século XIX. Que divertia-se fazendo passeios ''a esmo''( sem destino)por cidades como Paris, na França. O ''flaneur'' amava as metrópoles, alimentava-se de seu ritmo frenético ímpar. Blogar, para mim, é ''flanar''. Ao contrário de vários blogs profissionais, em que tudo é planejado, calculado, tendo em vista o lucro e o aumento do número de acessos, divirto-me com a exibição de coisas que, vistas em conjunto, acabam revelando- a mim mesmo e aos que quiserem ver- um pouco do que sou...Fotografar quebrou um pouco o abismo entre mim e o mundo, haja vista que agora estou mais atento ao que se passa neste e nos meus arredores mais imediatos- em busca de pequenos registros. Mas, em suma, fotografar não é- como eu disse erroneamente aqui em outro post- uma atividade ''menor'' em relação à grandeza das palavras, da escrita. Fotografar é apenas uma extensão da atividade primária que é enxergar. E enxergar, salvo no que diz respeito à frenética movimentação de nossos olhos em busca dos atributos femininos mais desejáveis durante o nosso caminhar cotidiano, é escolher...Escolhemos o que se passa em nossos mundos, escolhemos o que lembrar, escolhemos o que registrar. Extremamente pessoal e subjetiva esta atividade de fotografar, não é? Alcnol. PS: Claro que escolhemos o que olhar nas mulheres também, mas às vezes somos meio que ''enfeitiçados'' pelo nosso próprio objeto de desejo- e aí não há mais qualquer possibilidade de escolha...

Um post apenas fotográfico, afinal a imagem dispensa maiores comentários...

São Paulo tem jeito-II: passarela ecológica em Pinheiros...

Ao passarmos por Pinheiros, nas proximidades da Marginal, cruzamos esta bela passarela verde aí. Em uma iniciativa do Unibanco, esta é a primeira passarela inteiramente auto-sustentável do país. Reparem na cobertura de grama de um dos tetos, feita para reduzir o calor...A ''passarela verde'' está situada em Pinheiros, sobre a movimentada Avenida Eusébio Mattoso, nas imediações do Shopping Eldorado. Dali partimos para a terceira, e última, matéria da série ''São Paulo tem jeito''- uma surpresinha que revelaremos amanhã...

Ainda na Liberdade, alguns registros dos arredores do ''Satori''...

Na movimentada avenida do centro- vista do alto, da Avenida Liberdade- canteiros de flores são a cara da cultura japonesa, uma junção de ordem com harmonia e beleza...No Largo da Pólvora, ao lado, um jardim japonês meio abandonado e fechado- fotografado por entre as grades do edifício- não perde a sua graça visto à distância. Afinal, estamos mesmo ainda em São Paulo? Por fim, na Avenida Liberdade foi possível, surpreendentemente, achar uma ''Casa de Portugal''. Em plena área de colonização oriental...Coisas de São Paulo, cidade aberta e democrática...PS: Assim como o macrobiótico ''Satori'' cumpre uma pequena função social, oferecendo aos seus frequentadores uma refeição por meros 10 reais, o projeto ''Bom Prato''- iniciativa do Governo do Estado- faz ainda mais: nele é possível almoçar por 1 real. Claro que a iniciativa gera uma aglomeração enorme de interessados, uma fila de dobrar o quarteirão( vide as duas primeiras fotos...).

Volta ao presente: almoço em restaurante macrobiótico, na Liberdade...

Esta- não fosse a ida ao restaurante de comidas típicas brasileiras ''Tordesilhas'' na terça-feira- poderia ser batizada tranquilamente como ''semana do natural''. Afinal, iniciamos a mesma em um restaurante orgânico em Pinheiros, Rua Oscar Freire, nas imediações do metrô Sumaré. E ontem, quarta-feira, decidimos conhecer um famoso restaurante macrobiótico na Praça Carlos Gomes, 60, Liberdade: o ''Satori''. O local é de fácil acesso, mas não há placas ou qualquer espécie de propaganda indicando haver um restaurante ali...A Praça Carlos Gomes fica em uma paralela da Avenida Liberdade, a poucos metros da estação de metrô. Estreita, ela não tem o aspecto de uma praça normal, motivo pelo qual não fizemos nenhum registro específico da mesma. O ''Satori'' foge do rótulo normal de restaurante. Não é apenas uma iniciativa visando lucro. Tem cara de centro cultural: com mural- mostrando as principais notícias relacionadas aos adeptos da macrobiótica e entrevistas com seu líder, o professor japonês Kikuchi- frases espalhadas pelas paredes, e o Instituto do Princípio Único em uma sala ao lado. O ''Satori'' oferece duas opções diárias: ''meia'' ou ''inteira''. Por meros dez reais aqueles que comem menos podem optar pela ''meia'' refeição. A refeição normal custa quinze reais. Seguindo estritamente os princípios de uma alimentação saudável- com o equilíbrio dos elementos ''ying'' e ''yang''- não há o consumo de líquidos durante o almoço( ou jantar), e tampouco nos foi oferecida qualquer espécie de sobremesa. O prato principal, o fato que mais chamou nossa atenção, é- vejam só- o arroz integral, em uma pequena tigela...O secundário é aquilo que normalmente chamaríamos de ''principal'': uma folha ao centro, pequenas porções de cenoura, alho-poró, nabo- todos devidamente cozidos- e tofú( tanto no prato ''principal'', digo, secundário, quanto na sopa de entrada...). A alimentação macrobiótica é funcional, ou seja, mais do que o paladar busca manter ou recuperar a saúde de seus adeptos. Nas rústicas mesinhas de madeira( algumas para 4 pessoas e outras- coletivas- para cerca de 12)olhávamos ao redor e víamos principalmente pessoas de meia-idade ou idosas, alguns executivos, porém com uma característica marcante: mesmo um velhinho com aparência de cerca de 80 anos, em forma, levantou-se para pegar a própria refeição. E andou com toda a facilidade, sem as dificuldades de locomoção que ligamos às pessoas de mais idade...A comida é saborosa, mas não desta espécie comum de saboroso. É leve, agradável, porém não conseguimos acompanhar o ritmo mais lento dos frequentadores do ''Satori''- vários de origem oriental: o correto, segundo os adeptos da Macrobiótica, é mastigarmos cada porção por, em média, até 50 vezes...É o que todos ali pareciam fazer, enquanto eu parava no máximo na sétima...A primeira reação que tive, ao entrar em uma farmácia na Avenida Liberdade, foi pesar-me para ver quantas gramas havia adquirido. Nenhuma, para minha surpresa. Isto após comer uma tigela e meia de arroz, além de sopa e prato ''secundário''...Uma semana frequentando um lugar como este faria ''maravilhas'' por este corpo com quilos em excesso...Saí do ''Satori'' com sede- afinal não se toma qualquer líquido durante a refeição- mas prometi a mim mesmo respeitar um pequeno intervalo de cerca de 1 hora para poder beber água. Mas esta é uma outra estória...Alcnol. PS: Tiramos fotos dos pratos e dos murais. Como o ''Satori'' encheu completamente em questão de minutos, não foi possível tirar fotos das mesas do local. Contentem-se com as minhas descrições...

Viagem Florianópolis- Curitiba- II

Aos moradores de Curitiba que fazem cotidianamente este mesmo trecho rumo às praias do litoral catarinense estas imagens podem parecer banais. No entanto, embora eu mesmo já tenha passado outra vez por ali algumas vezes, a excitação toda por rever esta linda região repleta de montanhas e muito verde fez com que não conseguisse dormir sequer um minuto durante as 4 horas de viagem( 300 km)até a capital paranaense. Se pudesse filmar, para eternizar estes momentos, teria filmado. Fiz o melhor que pude, com os recursos que tinha à mão, para dar aos eventuais leitores do blog uma mínima idéia do que é percorrer este trecho da BR-101 entre as duas capitais do Sul do país. Detalhe: no ônibus eu não era o único a tirar fotos freneticamente...Outro detalhe: embora possa parecer que eu ocupasse a primeira poltrona do segundo nível do ônibus- com vista total para a estrada- na verdade eu estava na poltrona de trás, o que não me impediu de tirar fotografias de todos os ângulos...Bom, continuemos rumo à capital paranaense...

Viagem Florianópolis- Curitiba- I

Como dissemos no post anterior, a estrada rumo à capital paranaense começa litorânea, passando por diversas praias e pequenas cidades costeiras. É nesta fase que começamos o registro deste belo trecho da BR-101 até o famoso Balneário Camboriú- do qual só temos lembranças de uma viagem feita quando ainda era apenas uma criança pequena...

Deixando Florianópolis, de ônibus...

Saímos de Florianópolis em um confortável ônibus com dois andares, no qual embarcamos na moderna rodoviária ''Rita Maria'' com destino a Curitiba. Um total de 4 horas de viagem, das quais fizemos alguns pequenos registros...A estrada Florianópolis- Curitiba, uma das mais belas do país, começa à beira-mar e vai lentamente seguindo no sentido do interior e das belíssimas montanhas que caracterizam a região litorânea do Paraná e as imediações de Curitiba. Para começar, fotos da Rodoviária de Florianópolis, do centro da cidade, e da ponte pela qual passamos para ''voltar ao Brasil''( afinal, estávamos em uma Ilha separada do resto do continente...).